1 de abr. de 2012

Muitas Vozes


Você já teve a oportunidade de apertar as mãos de uma personalidade que você admira?
Alguém que você viu entrevistas, que você acredita nas ideias, pensamentos, admira seus múltiplos talentos e encontra nessa pessoa um exemplo para seguir em frente num sonho que para muitos olhos desatentos pode parecer impossível?
Apenas é impossível aquilo que não foi houve sequer uma tentativa de conquista, impossível e injusto.
Embora eu tenha vivido o ano de 2011 cheio de obstáculos, posso afirmar que realizei sonhos.
O primeiro é o reconhecimento do meu trabalho que para mim é apenas meu refugio, um lugar seguro para minhas lembranças, o lugar que me encontro antes mesmo de me perder.
O segundo foi me embebedar da sabedoria de um homem que apelidado de Periquito, vivia trancado em casa, lendo e escrevendo poemas para a menina pela qual era apaixonado, que decidiu se dedicar aos estudos depois de tirar nove apenas por ter cometido dois erros gramaticais em seu texto sobre o Dia do Trabalho, texto esse, que tornou-se ponto de partida para o soneto “O trabalho” primeiro poema publicado em um jornal.


Depois que seu poema O Galo é escolhido por Manuel Bandeira, Odylo Costa e Willy Lewin como vencedor de um concurso do “Jornal das letras” em 1950, ele começa a escrever vários poemas e em 1954 é lançado o livro “A luta corporal” e considerado um projeto inovador para a época.
Foi perseguido e preso pela ditadura militar e após a morte de seu pai, parte para o exílio, primeiro em Moscou, Santiago, Lima e Buenos Aires, mas mesmo assim continuava a contribuir para os jornais no Brasil usando o pseudônimo de Frederico Marques.
Compõe Poema Sujo em 1975, volta ao Brasil em 1977 e, em seguida, é preso por 72 horas para averiguações.
Ao longo de sua carreira recebeu vários prêmios, dentre eles destacam-se o prêmio Molière, prêmio Jabuti na categoria poesia, Alphonsus de Guimarães, da Biblioteca Nacional, Multicultural 2000, do jornal "O Estado de São Paulo" indicação ao Prêmio Nobel de Literatura, Prêmio Príncipe Claus, da Holanda.
Suas traduções e adaptações de “Don Quixote de la Mancha” e “As mil e uma noites” são premiadas, pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil e pela International Board on Books for Young People, Prêmio Fundação Conrado Wessel de Ciência e Cultura na categoria Literatura, e o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto da obra.
Esses prêmios são apenas um reconhecimento por sua obra, pelo seu talento e sua contribuição para a literatura. 


Poder estar ao lado de homens como Ferreira Gullar e poder lhe agradecer por toda a sua luta e dedicação foi algo que jamais imaginei poder vivenciar. 


Eu só tenho que agradecer por esse momento tão rápido que será eternizado na minha memória, nos meus sonhos e nos meus pensamentos.

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